12.6.09

Acordo...

Caminhei pela noite procurando chegar até o dia. O dia? Quase como uma ilusão fantástica criada por minha mente para me fazer continuar andando. Escrevi em algumas páginas perdidas por aí um breve resumo sobre o que ví nos meus passos; descobri que ando muito, olho pouco. Entrei em algumas igrejas não para rezar e sim para assistir aos outros rezando. Ajoelhados ao chão em murmurios religiosos. O dia chegou, quis me refugiar nas trevas da noite, impossível! Quando se busca algo, quando se encontra algo perde-se a graça em breves instantes. Encontrei o dia e tão breve me enjoei do mesmo! No sol escaldante de um meio-dia, com rua deserta e tudo mais, não havia abrigo para minha alma cansada, minha epopéia sobre a confusão de meus pensamentos permanecia Camoniana ou Dantesca... Entra a tarde e a hora do silêncio, quando todos dormem e se refugiam, andar até o alaranjado do entardercer é belíssimo, o sol morre ao Oeste, ao Leste esta sua mãe pronta para lhe dar a luz. O dia se apaga lentamente, as feras metálicas acendem seus faróis e se preparam para o Rush diário, o vai e vem dos carros com seus ocupantes querendo chegar em casa antes da novela das oito. O engarrafamento é evidente. O ciclo se fecha, tenho medo da noite por seu mistério, tenho medo do dia por sua claridade, tenho medo da tarde pelo seu silêncio... Acordo, são 03:00 da manha, ainda é noite.