19.7.11

Sobe o pano

O teatro dos pensamentos humanos está aberto novamente para receber seu pequeno público, está aberto para os anarquistas e para os que são chefiados, crianças e adultos, meninas e adulteras. Os atores estão prontos mas não há ator, nem atriz, nem poeta, nem atormentado, nem a tristeza humana, não entra em cena e não há iluminação. O teatro dos horrores horripilantes e vibrantes abriu vagas e aceita faxineiros especialistas em esconder a sujeira debaixo do tapete.
O teatro dos pensamentos humanos está aberto, vivo, morto, anda e anda por aí, tenta se divertir e divertir seu público, seu público  de gente animal, gente feral, bichos escrotos.
O palco está lá, brilhante como sempre foi. Já pisaram em suas madeiras os maiores nomes que se pode conhecer em uma galáxia, todos os grandes nomes lá pisaram e não pisaram mais, o palco não se importa e se importar algo ele não diz. Deixe o show começar.
Apagam-se as luzes.
Entram os poetas.
Suba todas as cortinas.
Suba todos os preconceitos
Suba todas as almas
Suba o inferno
Suba
Chorar faz parte do espetáculo.