Rosa dos ventos que bate e voa Palavras que feitas para rimar atuam Ventos que vive e que me impeça que morra Atores que estão aqui para cantar lutam Quero correr o palco é infinito Mostro minha face feliz mostro minha face triste Faço um teatro sobre todo meu íntimo Conto uma palavra que voa e insiste O palco é infinito como o amor O palco é infinito como o céu O palco é infinito como a dor O palco é a vida de um ser O palco é a vida dum ator dum cantor O palco é viver ou morrer
17.3.10
continuação.
As águas pareciam mais frias naquela manha. O mar não deixava a áreia se acomodar, a água fria queimava minha pele, as cinzas núvens só ameaçavam a chuva. As janelas eram lúcidas eu é quem era o louco!
Em toda minha vida não pude ver as estrelas direito, todas as paisagens que poderia ver em pequenos fragmentos de dias deixei trancorrer por minhas mãos, quem sou e o que faço neste mundo devasto?
Sou aquele mar gelado.
Nevava em algum lugar do mundo. Eu podia ver aquele russo andando no deserto frio da Sibéria, tinha um pesado casaco e uma bebida quente, tentava chegar em sua barraca mas a neve fofa impedia-o de chegar mais rápido. Sabia que morreria alí se nevasse, sabia que estava nas mãos de sua agilidade, sabia que faria parte da paisagem ao morrer.
O frio vem da alma.
Quem gritará?
A coragem cresceu no meu interior, mesmo sendo duas da manha o grito saiu tão forte que os cachorros latiram. Não era angústia, era raiva, raiva de mim e de um mundo que não se situava, raiva de uma foto em preto e branco tirada há tanto tempo que até mesmo as cores a repudiavam, era raiva de um filme mal feito sobre um povo perdido. O grito saiu destruindo todas as raivas do mundo, no mais, eu estava orfão de mim mesmo.
E bateu-se a última tecla.
Fim.
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