31.1.10

FONTE SECA

- Secou a fonte! - fora o grito que deram. - A fonte secou! - fora o grito que soou. - Não há mais água! - fizeram tal pergunta idiota. - E o que beberemos? - perguntou a criança com os olhos lacrimejantes. - Juntai-vos todos! juntai-vos todos! - o mais antigo aldeão sobe com dificuldade na borda da fonte e com braços abertos grita tais palavras: - o poço secou! Tal coisa é culpa nossa. Nós não nos preparamos para este periodo de estiagem, nós não se preocupamos em armazenar as águas da chuva e agora, mesmo depois de tanto ter falado para vocês, aldeões morreremos de fome e sede, sabes que nosso gado não sobreviverá e assim também não sobreviveremos mas o que preferiram? Nada fazer; e agora está aí, um poço seco. Todos aqueles de faces sujas e línguas secas, abaixam suas cabeças, culpados pela sua irresponsabilidade, por suas faltas de senso. Todos acreditaram que o bom Deus, aquele que tanto falaram para eles, aquele que os fizeram temer os pecados, todos acreditaram que a fonte, como um passe de mágica, iria novamente encher. O ancião os avisara de tal fato e hoje a fonte secou. - Foram avisados, que se nada plantarem nada colheram! - e assim termina seu último discurso. Sem culpar a Deus e sim aos homens.