31.1.10

FONTE SECA

- Secou a fonte! - fora o grito que deram. - A fonte secou! - fora o grito que soou. - Não há mais água! - fizeram tal pergunta idiota. - E o que beberemos? - perguntou a criança com os olhos lacrimejantes. - Juntai-vos todos! juntai-vos todos! - o mais antigo aldeão sobe com dificuldade na borda da fonte e com braços abertos grita tais palavras: - o poço secou! Tal coisa é culpa nossa. Nós não nos preparamos para este periodo de estiagem, nós não se preocupamos em armazenar as águas da chuva e agora, mesmo depois de tanto ter falado para vocês, aldeões morreremos de fome e sede, sabes que nosso gado não sobreviverá e assim também não sobreviveremos mas o que preferiram? Nada fazer; e agora está aí, um poço seco. Todos aqueles de faces sujas e línguas secas, abaixam suas cabeças, culpados pela sua irresponsabilidade, por suas faltas de senso. Todos acreditaram que o bom Deus, aquele que tanto falaram para eles, aquele que os fizeram temer os pecados, todos acreditaram que a fonte, como um passe de mágica, iria novamente encher. O ancião os avisara de tal fato e hoje a fonte secou. - Foram avisados, que se nada plantarem nada colheram! - e assim termina seu último discurso. Sem culpar a Deus e sim aos homens.

28.1.10

A Rua Não Me Comove

A rua não me comove. Sou apenas um falante neste agora, a internet fervilha em mil coisas mas há sempre os simpáticos escritores que querem notoriedade para suas ideias e textos que vagam por ai buscando uma triste alma para confortar ou um alegre alma para entristecer. Se o tempo parasse creio eu que não perceberiamos ou não sentiriamos falta de nós mesmos, seres palpitantes. Tentar rir é como não conseguir abrir um envelope de aspirina. Este "melhor remédio" precisa ser ingerido com sinceridade. Pode-se rir com dor mas creio não ser o mesmo que rir, rindo.
Minha primeira frase foi: "a rua não me comove", digo isso pois há silêncio na minha, há silêncio na outra e há silêncio na de trás. Apenas as avenidas que sempre veem e vão não deixam-se morrer no esquecimento. Preso muito estes silêncios mas uma boa explosão de novidade não mata ninguém. Os muros derrubados e as vidas sedentárias ainda sim são simpáticas ao olho divino do açucar e do sal, os novos males da humanidade (depois da depressão).
Tentei ver todas as estrelas hoje. Tenter escrever o texto mais belo da minha vida, tentei de todas as formas ser o que não sei apenas para ilustrar mais algumas horas de tranquilidade e descanço. Em breve dormirei sem sonhar com nada, não que nada me aflija, alias, muitas coisas afligem mas não sonho com elas, não ainda. Finalizando: digo apenas que nada sei neste pequeno mundo ignorante e ser métrica, nada sei neste meteoro B612, esta rosa inútil nada fala e esta rua não me comove mais.

16.1.10

Uma pedida singela

Uma pedida singela. Ela só queria dançar; o mundo era uma grande ilusão. Nestes dias tão enfermos, ontem mesmo era sábado e hoje mesmo já inicia o domingo. Tanta gente já morreu em 2010, tanta gente está triste em 2010, poderia fazer um relato triste e depreciativo sobre esta pequena caminhada de alguns dias neste novo ano. Nos faltam ainda 11 meses e a dúvida sobre o destino e o tempo é impagável. Conversei com um amigo hoje, falamos sobre a juventude. Eu tenho uma teoria: os jovens (até 16 anos) que tem algo na cabeça pensam que podem mudar o mundo, acham que os valores da ética e da razão se utilizados podem sim trazer um mundo melhor. Esses jovens crescem e veem que aquilo que acreditavam era pura utopia, eles crescem e vão trabalhar, eles crescem prontos para derrubar o inimigo e viver suas vidas egoistas, eles crescem e se tornam os adutos de hoje. Fizemos uma análize sobre as ultimas palavras de John Lennon, o mesmo disse que "o sonho acabou"; penso nisto como uma profecia. Tento ser otimista de vez enquando mas, ser otimista é impossível, e ser realista é ser pessimísta. No simples gesto de olhar pela janela vemos algumas cenas de opressão e dor, no simples trocar de canal somos bombardeados pela ignorância humana, no simples gesto de navegar pela internet vemos o sofrimento, vemos a dor, vemos até a falta de ética, eles ditam as regras e nós as seguimos sem ao menos reclamar. A paz virou guerra O amor virou ódio A juventude envelheceu Não salvaremos a terra O que vale é o primeiro lugar do pódio O sonho lentamente faleceu.

10.1.10

Sorte

Com tantas coisas acontecendo neste mundo, eu escrevi este poema para ilustrar um pouco a fotografia da desgraça e da desiluzão...
Tocai na tua alma
Ligai seu sentimento
Entre casa ou apartamento
Nas ruas, ha calma
Tocai a flauta
Que mostrara o caminho errado
Mostrara que estamos cercados
E do que sentimos falta
Tocai o chão
Para que chegamos ao inferno
Para que sejamos eternos
Até o dia que pára o coração
Tocai o medo Para fugir da minha lucidez Para justificar minha avidez Para que eu termine cedo Tocai a morte Quando chove tanto e morremos Quando pensamos no futuro; o que seremos? Quando pensamos se temos sorte.

5.1.10

Uma característica humana...

A estupidez faz parte da alma humana, como um outro espírito que acompanha parasitando a vida alheia, a estupidez faz parte da vida, sem ela não teriamos guerras, sem ela nao teriamos violência, sem ela não teriamos arrogância. A estupidez é uma benção? O fim está tão próximo, nós almas dionisíacas, sem destino, que caminham na perdição de nossos tempos ainda sim enfrentam o demônio da estupidez e as vezes até celebramos sua existência. Dançamos em volta dos nossos mortos cantando músicas nefastas, eis a estupidez em sua celebração. Mais um dia de gritos Furia e crianças sem pais Homens e seus ritos Não teremos nunca um pouco de paz
Observo o triste movimento do mar. A praia está vazia, observo as crianças que caminham segurando as mãos de quem as protege. Observo o por do sol e noto que poucos observam, eis a estupidez sendo cometida uma rua atrás; ela preferiu dar a vida ao celular...

4.1.10

De volta...

De volta neste Janeiro de 2010... Depois de algum tempo sem contato com a world wide web estamos aqui para apresentar este novo - e caótico - teatro feito da vida e das coisas que se passam nestas retinas que começam a fatigar, neste cansaço que começa a chegar, nestes tempos perdidos sem esperança, sem ância e sem destino. Correr como um animal em busca de seu chamado da natureza, correr como uma selvagem fera em busca de verdade. Como os espetáculos voltaram depois de um recesso forçado ainda não peguei um assunto para dissecar-lo e estudar-lo; ou menos ainda sem um poema ou conto do qual possamos exprimir o que a humanidade diz de nós e de outros. Se resolver abrir as cortinas ainda hoje então novidades virão, o importante que o palco foi reaberto e a temporada de espetáculos está de volta!