5.8.11

Chuva Torrencial

Chove há alguns dias dentro de mim. Chuva torrencial, inexplicável, sem sentido. Entre raios e trovões do meu eu, do meu interior, nas dúvidas de mim que pensa no inicio meio e fim. Ouço tiros, ouço o som da discórdia e da prepotência. Eu morri várias vezes para entender que o problema sou eu e não o meio em que vivo. Sequer eu pedi desculpas para meu espírito cansado, ele entendeu e me perdoou mesmo sem eu ter perdido o seu perdão. Chuva torrencial, se ela cai em minha alma e no mundo exterior por que não cairá nos amores do passado? Afogar-me em copos etílicos, afogar-me em lágrimas sem sentido, ser um caminhante sem um nome, sem uma razão, na mágica do adeus e do passado.
Já não tenho a paciência que eu deveria ter.
Meu riso é um pranto, não noto, nem penso nas ideias conjugais, quando digo isso, do eu e de minha'alma. Machado de Assis estava certo: "ao vencedor, as batatas".
Nesta trovoada atípica para a temporada, pois era para eu estar vivendo os calores de uma primavera, mas chove e faz frio, nada posso fazer. Protejo-me corro da chuva, caio nas poças d'água que a vida me preparou. Tudo parece ser tão infinito e tão finito que perco-me nas entrelinhas.
Chove aqui dentro
E é torrencial.