28.1.10

A Rua Não Me Comove

A rua não me comove. Sou apenas um falante neste agora, a internet fervilha em mil coisas mas há sempre os simpáticos escritores que querem notoriedade para suas ideias e textos que vagam por ai buscando uma triste alma para confortar ou um alegre alma para entristecer. Se o tempo parasse creio eu que não perceberiamos ou não sentiriamos falta de nós mesmos, seres palpitantes. Tentar rir é como não conseguir abrir um envelope de aspirina. Este "melhor remédio" precisa ser ingerido com sinceridade. Pode-se rir com dor mas creio não ser o mesmo que rir, rindo.
Minha primeira frase foi: "a rua não me comove", digo isso pois há silêncio na minha, há silêncio na outra e há silêncio na de trás. Apenas as avenidas que sempre veem e vão não deixam-se morrer no esquecimento. Preso muito estes silêncios mas uma boa explosão de novidade não mata ninguém. Os muros derrubados e as vidas sedentárias ainda sim são simpáticas ao olho divino do açucar e do sal, os novos males da humanidade (depois da depressão).
Tentei ver todas as estrelas hoje. Tenter escrever o texto mais belo da minha vida, tentei de todas as formas ser o que não sei apenas para ilustrar mais algumas horas de tranquilidade e descanço. Em breve dormirei sem sonhar com nada, não que nada me aflija, alias, muitas coisas afligem mas não sonho com elas, não ainda. Finalizando: digo apenas que nada sei neste pequeno mundo ignorante e ser métrica, nada sei neste meteoro B612, esta rosa inútil nada fala e esta rua não me comove mais.