15.3.10

PAISAGEM NUMERO 3 (PARTE 1)

O sol sumia no horizonte, a areia esfriara e o mar subira um pouco. Na solidão completa daqueles dias lá estava o sol se pondo, lá estava a vida acabando, lá estava a morte chegando, lá estava... Anoitece tão lentamente que posso ver o céu se tornando cada vez mais escuro, posso ver o acender de cada estrela e o sibilar silencioso da vida. Não há passado nem futuro e sim um caminho que me leva ao grande nada. Em casa há uma grande escuridão. Os livros estão espalhados pelo chão, café caido, garrafas quebradas, caos. Há caos em tudo, há tudo em caos e se não houvesse um pleno caos nas coisas nada faria sentido. Sem dormir, sem comer, sem sorrir. O expelho não existe. Caio em uma imperfeição completa. Não sofro mas tambem não minto. A noite não apareceu hoje como aparece todos os dias. O sangue que escorre nas ruas da cidade molha todos os bueiros e mendigos, mas hoje havia algo diferente. Um brilho sinistro cobria toda aquela mancha escura, esta noite havia sim algo diferente, um som, um cheiro, um toque, uma visão, um gosto... CONTINUA...